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Foto: Jake Spring/Reuters |
A prisão de um assessor e de dois ex-assessores do ministro
do Turismo Marcelo Álvaro Antônio em continuidade às investigações da Polícia
Federal sobre candidaturas de laranjas do PSL na eleição de 2018 elevou a
pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
A ação da PF nesta quinta-feira (27), que atinge
frontalmente o partido do presidente da República, é decorrência da apuração
sobre o caso revelado pelo jornal Folha de São Paulo em fevereiro e levou à
retomada das discussões sobre o futuro do ministro no governo.
De acordo com a Folha, aliados de Bolsonaro admitiram abalos
com a situação. O presidente interino durante viagem do titular ao Japão,
general Hamilton Mourão disse ser "óbvio" que Álvaro Antônio será
demitido "se houver alguma culpabilidade" no caso.
Já o próprio presidente Bolsonaro tem dito que a situação do
ministro do Turismo causa desgaste para o governo e que esperaria a conclusão
da apuração da PF para decidir o destino de Álvaro Antônio. O presidente está
em viagem ao Japão e ainda não se manifestou sobre as prisões.
Entenda o caso
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL),
deputado federal mais votado em Minas Gerais, patrocinou um esquema de
candidaturas laranjas no estado que direcionou verbas públicas de campanha para
empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara.
Após indicação do PSL de Minas, presidido à época pelo
próprio Álvaro Antônio, o comando nacional do partido do presidente Jair
Bolsonaro repassou R$ 279 mil a quatro candidatas. O valor representa o
percentual mínimo exigido pela Justiça Eleitoral (30%) para destinação do fundo
eleitoral a mulheres candidatas.
Apesar de figurar entre os 20 candidatos do PSL no país que
mais receberam dinheiro público, essas quatro mulheres tiveram desempenho
insignificante. Juntas, receberam pouco mais de 2.000 votos, em um indicativo
de candidaturas de fachada, em que há simulação de alguns atos reais de
campanha, mas não empenho efetivo na busca de votos.
OUTRO LADO
O ministro Marcelo Álvaro Antônio afirmou, por meio da assessoria,
que "a distribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriu
rigorosamente o que determina a lei" e que "refuta veementemente a
suposição com base em premissas falsas de que houve simulação de campanha com
laranjas no partido".
Informações: Jornal Folha de São Paulo
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