O Ministério Público Federal (MPF) denunciou os
ex-presidentes da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por envolvimento no esquema de corrupção, lavagem de
dinheiro e organização criminosa investigada na Operação Manus, deflagrada no
último dia 6 de junho e que deriva da Operação Lava Jato.
Os dois ex-deputados – que estão presos – são acusados pelos
procuradores da República de terem recebido pelo menos R$ 11,5 milhões em propinas
disfarçadas de doações eleitorais, oficiais e não oficiais, entre 2012 e 2014.
Em troca do suborno, afirma o MPF, eles teriam atuado para favorecer
empreiteiras como OAS e Odebrecht nas obras da Arena das Dunas, em Natal, uma
das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Além dos dois peemedebistas, o MPF também denunciou, no
mesmo processo, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, o ex-dirigente da
Odebrecht Fernando Reis e mais duas pessoas supostamente ligadas a Henrique
Alves, que foi ministro do Turismo nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer.
Os outros dois denunciados pelo MPF no processo da Manus são
Carlos Frederico Queiroz Batista da Silva, aliado político de Henrique Alves, e
o publicitário Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara, cunhado do ex-ministro do
Turismo.
Os procuradores dizem que basearam a denúncia em documentos,
prestações de contas eleitorais, testemunhos e depoimentos de delações
premiadas. "Esse conjunto confirma as ilegalidades cometidas pelo
grupo", diz o MPF, que diz acreditar que, entre Henrique Alves e Eduardo
Cunha, existia uma "parceria criminosa".
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